En este blog, pretendo publicar tres colecciones: viajes militantes, un libro por mes y sugerencias pedagogicas
martes, 29 de septiembre de 2015
Viagens Militantes - Escolas Democráticas no México
Em setembro de 2012, tive a oportunidade de visitar o México, com uma delegação do Grupo Marista, onde trabalhava. Visitamos duas escolas: a Escuela de Miravalles, na periferia da cidade do México e o Colégio Secundária de Ixtaltepec, no Estado de Oaxaca. São duas escolas diferenciadas, mantidas pelos Irmãos Maristas, onde os projetos são construídos pela comunidade escolar (professores, estudantes e famílias). Ficamos três dias em cada escola, participando de reuniões com professores e pais, entrando em sala de aula, participando das assembleias e fazendo atividades com os alunos, no recreio e nas salas
Na Escola de Miravalles funciona o Ensino Fundamental e Educação Especial. A escola fica numa região muito pobre e violenta, da periferia da Cidade do México e atende a comunidade local. Toda semana ocorrem as Assembleias de alunos, professores e famílias (cada segmento em separado, previsto em calendário) e duas assembleias gerais no ano. Tudo é discutido nestas assembleias: horários, problemas de relacionamento entre alunos e com os professores e até questões curriculares.
Na Educação Especial, tem três salas de aula com alunos especiais e alguns alunos incluidos nas salas regulares. A educação especial chama-se K’intum que tradição maia significa: pessoa que nasce com uma marca do destino para ser médico ou cuidar dos outros. Esta pessoa divide seu destino com o arco-íris, podendo, inclusive, se transformar nele. Cuida da saúde dos habitantes de sua comunidade, podendo até castigar quem não cumpre suas ordens.
A Escola Preparatória de Ixtaltepec, fica Estado de Oaxaca e atende alunos do Ensino Médio, que moram na escola, e suas famílias são de camponeses muito pobres, que moram em comunidades nas colinas em torno da cidade. Os alunos guardam fortes laços étnicos e são provenientes de grupos indígenas diferentes. Toda a força da cultura local é vivenciada na escola, com várias manifestações artísticas, culturais e linguísticas.
Os alunos se ocupam de todas as tarefas das escolas por meio das diferentes comissões: limpeza,café da manhã, esportes, refeições, acadêmica, etc.
Também tem assembleias semanais nas salas de aula, com a participação de professores-tutores em cada sala e assembleias gerais dos alunos uma vez por mês.
Além das atividades curriculares, os alunos devem fazer trabalhos comunitários. Acompanhei um grupo de alunos e um professor Irmão Marista que estava trabalhando na Casa do Migrante, que acolhe imigrantes de vários países que estão com problemas porque não têm documentos e são perseguidos ou ameaçados pelos políticos locais para não migrarem para os EUA. É uma associação mantida pela Igreja Católica, com apoio e proteção da ONU. Também funciona uma sede dos Médicos Sem Fronteiras.
Outras atividades extracurriculares da escola: jornal e rádio comunitários; associações de economia solidária, circo, teatro, música, literatura, esportes, etc. Fiquei hospedada na fantástica e colorida casa de um casal de professores da escola!
Chorei pelo menos umas cinco vezes nessas visitas, emocionada com a força da cultura e da organização local. Minha profunda consideração e respeito pelos Irmãos Maristas envolvidos nestes trabalhos! Essa não foi uma viagem convencional ao México. Claro que aproveitei a viagem e fiz um circuito turístico, com direito a visitar a casa da Frida Kahlo, mas esta é outra história!
domingo, 20 de septiembre de 2015
Viagens Militantes - Museu Pedagógico de Montevideo
Uma dica para quem vai a Montevideo: conhecer o Museu Pedagógico. Fica no centro da cidade, numa praça cercada de prédios históricos e é uma viagem no tempo, com direito a escrever com caneta tinteiro. O mobiliário, o acervo de livros e de materiais didáticos são fantásticos. Sinto falta de um museu assim em Curitiba!

miércoles, 16 de septiembre de 2015
NOVOS MÉTODOS E NOVOS DESENHOS ESCOLARES PARA PESSOAS
Hoje escutei um publicitário falar uma coisa que me deixou muito pensativa. Ele dizia que não se pode mais pensar na comunicação em termos de "massa", mas devemos pensar em "pessoas". O advento das redes sociais e as possibilidades de participação/criação, faz com que todos se sintam atores, e não meros espectadores ou receptáculos de mensagens.
Essa reflexão me fez pensar se não estamos, na escola, ainda tratando nossos alunos como "massa". Será que não devemos, de uma vez, mudar os métodos para que cada estudante imprima seu ritmo, seus desejos, suas necessidades, suas aptidões? Não poderíamos aproveitar as tecnologias de comunicação e favorecer novas formas de construção de conhecimento, dando mais possibilidade para as "pessoas" escolherem?
Podem me chamar de "liberal" demais, mas não estamos dizendo que a escola precisa se repensar? No fundo, não estamos com medo de dar às pessoas muito poder de decisão sobre seus aprendizados e perder nossa antiga função de "ensinar", "conscientizar", "levar o aluno" à algum lugar?
Vou colocar algumas dúvidas que martelam na minha cabeça:
- A velha maquinaria disciplinadora escolar dos séculos XVIII e XIX (Foucault), ainda é útil? Para quem?
- É muito difícil arrumar novas configurações espaciais (espaços escolares mais livres e usar os espaços da cidade) e novos tempos (aulas de uma hora, uma manhã toda trabalhando uma só matéria, etc)?
- São assim tão boas as aulas de 50 minutos e os alunos parafusados em carteiras?
- Devemos insistir com disciplinas organizadas em “caixinhas” ou passamos para os campos de conhecimento (interdisciplinariedade)?
- Conteúdos fragmentados são melhores do que o trabalho por projetos com significado social?
Na minha opinião, a escola hoje não pode deixar de:
- desconstruir as velhas verdades ocidentais, brancas, masculinas;
- promover a integração de saberes e acabar com as caixinhas;
- respeitar as culturas e não hierarquizar as visões de mundo;
- promover uma maior relação entre a escola e a comunidade;
- democratizar as relações na escola com empoderamento de sujeitos escolares;
- aumentar o tempo em que os sujeitos escolares ficam expostos ao conhecimento e à cultura;
- respeitar ritmos e desejos das pessoas.
Pronto, falei! Esses são apenas alguns dos palpites educacionais que passam na minha cabeça...
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