O livro que estou lendo no mês de setembro é esta obra do Michael Löwy (que, apesar deste nome, é brasileiro), professor de sociologia em Paris e militante político.
A questão principal apresentada no livro é a seguinte: a Escola Romântica foi uma crítica, uma contraposição, uma revolta, contra o mundo racional capitalista triunfante no século XIX. A gente pensa sempre no romantismo como uma escola artística piegas, cujos autores morriam cedo, não saíam de casa e não se alimentavam, escrevendo cartas tristes para namoradas impossíveis! Mas o Romantismo foi muito mais do que sonetos difíceis de ler. Foi uma escola que atingiu não só a literatura, mas artes plásticas, o teatro, as ciências sociais, alguns educadores, e até a política.
Para os autores, os românticos criticavam a sociedade capitalista, fria, calculista, sem valores, que tinha perdido os vínculos com a beleza e com a bondade da natureza humana. Por isso eles procuravam no passado da Idade Média ou da Antiguidade esses valores perdidos. Os autores apontam uma lista de românticos, desde Victor Hugo, Tolstói, Charles Dickens, Balzac, chegando nos políticos: Bakunin, Rosa Luxemburgo, Marx e Engels e muito mais! E o romantismo chega nos nossos dias, passando pelos movimentos estudantis de 68 na França até as utopias políticas atuais. Não cheguei ainda na parte do livro onde os autores situam cada pensador.
Coloquei na minha tese uma citação do Löwy e esta ideia do romantismo como revolta contra o capitalismo. Foi quando citei Rudolf Steiner e a Escola Waldorf, para mim, uma reação escolar ao capitalismo desumanizante na educação e uma tentativa de voltar as crianças para a natureza, para a busca interior de um ser mais integrado com o melhor da humanidade, contra o capitalismo produtivista, controlador e disciplinador das escolas em geral. As Escolas Waldorf são as que mais se aproximam do ideal romântico apontado no livro (esta é uma intuição minha,não sou especialista em Waldorf e gostaria muito de debater esse tema).
Se eu conseguir terminar este livro agora em setembro, tá bom!
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