"A Venezuela não é uma ameaça. É uma esperança".
Esta frase estava estampada na camiseta de uma militante venezuelana, simpática e agitada, uma das organizadoras do "V Encuentro Internacional La Economia de los Trabajadores e Trabajadoras", que aconteceu na cidade operária de Punto Fijo, na Península da Paraguaná (assim mesmo, para nós, paranaenses soa esquisito, porque estamos acostumados com Paranaguá...),no norte da Venezuela, entre os dias 22 e 26 de julho de 2015, e que tive a sorte de participar com minha amiga de APP-Sindicato, a professora Janeslei Albuquerque. A cidade de Punto Fijo fica na beira do Mar do Caribe, com grandes refinarias de petróleo. É uma região árida, quase desértica.
O principal objetivo do encontro era discutir o protagonismo dos trabalhadores no controle de políticas públicas e na gestão direta de fábricas e outros espaços produtivos. O encontro reuniu trabalhadores/as de vários países da América Latina (com total predomínio dos argentinos, pois a Universidade de Buenos Aires era uma das organizadoras também e a Argentina tem muitas fábricas ocupadas).
Hoje na Venezuela existem muitas políticas de fortalecimento dos Conselhos Populares, que se organizam em vários territórios (barrios e parroquias, espaços culturais, fábricas nacionalizadas e vários outros espaços). O Encontro em Punto Fijo se propôs a fazer um balanço e uma análise deste processo , quando os trabalhadores tomam em suas mãos toda a gestão.
O nosso tema era a Educação, um dos eixos do encontro. Tratava-se de conhecer experiências de participação popular nas decisões educacionais. Lá fomos nós contar a experiência do Plano Nacional e do Plano Estadual de Educação e da participação da APP. Visitamos experiências de participação popular, especialmente fábricas. Trocamos figurinhas com professores de vários países, especialmente da Venezuela. Fiquei emocionada quando um dos coordenadores de uma fábrica de celulares, 100% nas mãos dos trabalhadores, citou Paulo Freire e a épica frase: "Ninguém educa ninguém, todos nos educamos em comunhão"!
Uma experiência para quem vai a Venezuela é ver de perto como estão func
ionando os Conselhos Populares, a participação nos espaços produtivos e nos processos educativos.Uma viagem para lá de militante!
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